sexta-feira, 23 de março de 2012

Sandra estava em casa sozinha quando o policial ligou dizendo que haviam encontrado seu marido.Ele saíra de casa na quinta feira pra resolver um problema e não voltou mais deixando-a preocupada,porém quando o policial ligou essa manhã ela não imaginou que seria pra avisar da morte do seu marido.Ela chorou bastante mas se controlou para estar preparada quando o pequeno Thor chegasse da escola, pensava nisso quando bateram na porta Sandra não queria ir abrir mas podia ser um dos policiais.Quando deu de cara com aquela mulher de rosto vermelho Ana quase se arrependeu de ter ido ali, mas sua curiosidade em solucionar aquele caso era maio que seu bom senso.Ainda com a voz falhando Sandra disse:

-Você não é policial.
-Deve ser a terceira vez que eu digo isso hoje-Ana murmurou para si- Eu sou jornalista,Ana,muito prazer. Desculpe, meus pêsames. Poderia entrar e trocar algumas palavras com a senhora?
-Entre,mas eu não posso demorar muito conversando.Thor já deve estar chegando da escola.

A casa era simples porém aconchegante,o que fez Ana se sentir mais tranquila.Ela tirou da bolsa o embrulho com cupcakes e imaginou se aquela mulher aceitaria mesmo tão próximo do almoço.Sandra sentou-se na poltrona e observou a jornalista enquanto ela abria a bolsa e pegava um embrulho além do bloquinho e do gravador.Havia imaginado que os jornalistas viriam atrás dela mas não tao rápido,pegou um dos cupcakes que a outra oferecia e se reclinou na poltrona esperando as perguntas talvez as mesmas que o policial fizera.

-Eu gostaria de saber um pouco mais sobre seu marido senhora?
-Junqueira.Sandra Junqueira.
-Pois então,ele tinha alguma divida,inimigos,motivos para um assassinato.-Ana ligou o gravador enquanto a outra beliscava o cupcake e pensava na resposta.
-Meu marido moça era um homem maravilhoso.Era um pai atencioso e presente,dava tudo que o filho queria eu até achava que ele mimava demais o menino,sempre ajudando todo mundo.Ai ele perdeu o emprego porque mudaram a direção da empresa,as dividas começaram a aparecer sabe,e ele ficava cada vez mais tenso e preocupado.-ela parou pra respirar,sua voz começava a embargar e seus olhos embaçavam- Teve um dia que ele saiu e disse que ia resolver tudo, foi andando pra sei lá onde e quando voltou tinha pagado as divida e ainda sobrou um dinheirinho pra jantar fora.Foi uma felicidade moça,a gente passou uns meses vivendo em paz até que os cobradores voltaram pra nossa porta.
Ela se levantou e buscou um bule de chá na cozinha com duas xícaras serviu-se e a Ana e depois voltou a falar. 
-Era sempre as mesmas cobranças,mas os cobradores mudavam toda a semana.Um dia era um surfista com uma prancha nos braços que procurava o Vitorio pra conversar,no outro era um armário mal-encarado todo de preto.Eles queriam sempre conversar com meu Vitorio,mas ele tinha medo desses homens e se escondia.Na semana passada,segunda-feira eu acho,outro deles veio aqui e dessa vez era um baixinho,robusto,usando óculos e segurando uma pasta nas mãos ele me examinou da cabeça aos pés e pediu que eu desse um recado pro meu marido,ele disse assim: Fala pra ele que essa é a última semana,a gente não pode arriscar mais.Ele sabe onde me encontrar.Eu disse pro Vitorio e ele ficou desesperado,não queria que nenhum de nós saísse de casa ai então eu perguntei o que eles eram,ele não respondeu e saiu.Foi na quinta feria de tarde eu acho e desde então ele não voltou mais -ela soluçou e Ana segurou seus ombros tentando reconforta-la - Encontraram ele hoje naquela viela.
 Ana pediu desculpas a mulher mais uma vez,guardou seu gravador e se levantou para ir embora,a mulher tentou lhe entregar a caixa de cupcakes mas ela fez que não e recusou.Estava no seu horário de almoço,ia encontrar Mayara e Allie para depois investigar um pouco mais sobre esse caso.Ela tinha uma grande suspeita do que havia acontecido.

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