sábado, 31 de agosto de 2013

Esgotada de mais um dia, ela chega como quem não quer nada perto de mim. Chega assim reclamona, irritada, toda bravinha e me contenho pra não rir. Ouço as lamúrias que vão da professora chata a internet lenta, ouço tudo na paciência de quem se faz ouvinte. Passo a mão pelos cabelos desgrenhados e espero a calma chegar. Ela olha pra mim com aquele olhar de desculpas, se sentindo culpada por ter me atolado com seus problemas sem saber o quanto me sinto importante de ser ouvinte pra ela. Me pergunta como foi meu dia, com aquela curiosidade sincera de uma criança. Tão boba ao achar que sou algo além dela. Nela me encontro, nela me resumo. Sorrio, isso até parece letra de música, passo a mão em seu rosto e continuo a sorrir. Diabo de garota que me roubou de mim.

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