sábado, 20 de junho de 2015

Eu nunca soube o que te dizer.  Você é tão articulada, quando fala não pede atenção. Eu gaguejo, embolo, falo várias gírias que não combinam comigo e no fim não digo nada. Você é ótima em tudo, sempre sabe o que quer e como fazer pra conseguir. Não acorda com dúvidas e decide passar o dia na cama, você levanta faz o café e ainda é educada com todo mundo. Sempre tão cheia de si, que quase não sobrou espaço pra mim. Você é como um sol, autossuficiente e necessário para todos ao redor, articula toda uma galáxia ao redor de si. Eu sou só um ser humano, um Ícaro que resolveu voar perto demais do sol. E as minhas asas  também são de cera, elas derreteram com o passar do tempo e eu caí.  Quanto maior altura, maior o tombo. A pior sensação da queda livre é não saber  o que te espera no final, é não saber se você sobrevive. Me fiz em mil pedaços pra você juntar, pois queria sempre achar explicação pro que eu sentia. Como um anjo caído, fiz questão de esquecer que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Você  é um sol. Tão  belo e ao mesmo tempo tão destruidor. O fim do mundo sempre começa com explosões solares, o meu fim do mundo começou com o seu desprezo. A sua eterna falta de tempo, de atenção. Quando a única coisa que eu queria era que você sentisse a minha falta. Você era meu sol, meu um metro e setenta e dois de sol. Continuo não fazendo sentido, se você lesse isso era capaz de reclamar das citações, reclamar das margens. Ignorando a mensagem, o conteúdo, ignorando como sempre faz. Triste ser que ilumina tudo e não consegue ver. Quando você derreteu as minhas asas, eu tive medo da queda e o dia ficou entre nuvens. Foi ai que eu passei a enxergar, a ver a beleza de um dia nublado. Entendi finalmente que você precisava de um planeta e eu só sei ser humano. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário