-Pensei que não viria.
-Você pediu. Estou aqui.
O abraço foi de certa forma inesperado para ela, não tinha noção da verdadeira importância de sua presença. Sentaram-se na mesa em que ela estava; encararam-se durante alguns minutos apesar de o tempo se tornar apenas um vago elemento daquele reencontro
. -Imagino se esperou muito. Devo me desculpar?
-Estamos aqui, não? Ele se contorceu ao tom de voz dela, era doloroso lembrar o que os tinha levado a se distanciar. Porém naquele instante não mais importava. Por minutos ele falou com ela que ainda permanecia distante, a garçonete os observava, haviam pedido mais café e biscoitos. Quando ela falou, sua voz parecia entrecortada, parecia soluçar.
-Em que posso te ajudar?
-Nada.
-Então porque me chamou aqui?
-Apenas queria…Sentia sua falta.
-Me desculpe. Preciso ir.
-Espera!
Ela parou, os cabelos ainda esvoaçavam, o vestido amassara nas bordas, os olhos estavam marejados. Ele segurou seu braço, parecia desesperado, o cabelo bagunçara e a blusa manchara de café.
-Não vai agora.
-Esperei demais.
Tá na minha hora
. -A gente tem tanto que conversar…
-Não, não tem. Você esperou tempo demais.
E souberam que aquela frase continha verdade. Esperaram demais, os dois. Esperaram e o tempo não volta atrás.
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