terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Let the skyfall

Esse ano eu demorei e muito pra começar a fazer a retrospectiva, talvez porque tinha cada vez mais a sensação de que não teria tempo pra fazer tudo que queria e devia até o dia 31. Escrevo aqui do auge da tarde extremamente quente do dia 28. Foi um ano estranho e novo e cheio de mudanças e de apreensões. Eu me lembro da ansiedade e do medo que eu tinha em janeiro de ter falhado em relação a entrar numa faculdade e da felicidade ao saber que consegui entrar em quatro. Lembro da empolgação e do medo de ter ido morar sozinha, da saudade, da preocupação com a distância me afastar daqueles que eu gosto. De me mudar de casa mais de uma vez, de aprender a pegar ônibus sozinha e a me virar na faculdade, dos trabalhos, das provas, da greve. De voltar pra casa e sentir como se não reconhecesse mais os meus próprios amigos e achar que eu estava diferente de mais, de ter alguém com quem eu gostasse realmente de conversar e me sentir tão madura por isso é ainda assim tão infantil. Todas as brigas, as roupas, os momentos, as risadas, todo o tédio e o medo de cancelarem o semestre e a decepção também por que não, ah, eu me lembro. Das amizades que eu fiz e de todos os momentos rindo ou andando pela uesc só pra não assistir a aula. O festival de inverno e as idas a praia. As férias em outubro sem wifi, o segundo semestre meio whaaat. Os crushes , o curso de inglês, a mudança, ter que tomar decisões importantes sozinha. Te digo que foi um ano louco, bem louco. Cheio de tudo e de nada. Faltam 4 dias para acabar o ano e eu me sinto angustiada em relação a um monte de coisas, da faculdade as amizades, a se estou aproveitando minha vida e se estou tomando as decisões certas. 2015 teve tanta tragédia, tanta coisa ruim acontecendo e eu gosto de me esconder no meu mundo faz de conta, mas sinto medo realmente. Como se tudo fosse mais tranquilo ou melhor alguns anos atrás. Mas o mundo muda e a gente também,  peço a Deus ombros mais fortes, por mais um ano e peço coragem também. Não fiz carta nem pedido pra papai Noel esse ano, em virtude do tempo, da criatividade de tudo, mas lembro e apelo a esse bom velhinho que 2016 desperte o melhor em nós, que a humanidade antes de tudo aprenda a ser humana, e que eu deixe de soar tão clichê.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Tem 27 entradas minhas desse ano no blog. 27 coisas que eu escrevi. Nem metade vale a pena (talvez as sinopses). Não gosto muito de número impar. Me sinto estranha. Enfim. Queria dizer que falta menos de um mês pra 2015 acabar e muita cosia louca aconteceu esse ano. Muita coisa louca ta acontecendo e eu to tipo whaaat. Fui reler o texto que fiz no final do ano passado e quase chorei, sempre faço isso. Tava lembrando ontem o que e estava fazendo nessa época do ano, estudando e me desesperando com o vestibular e com a formatura e nossa, pensar que agora eu to preocupada com greve na faculdade DE NOVO. Cair  no clichê de que um ano  muda muita coisa. Tem 10 anos que é 2015 e ano que vem eu faço 18. Vocês botam fé, porque eu não. Me sinto as vezes a mesma retardada de 5 anos atrás. Me sinto muito criança pra ser adulta, pra ter uma responsabilidade civil (esse povo de direito hahahaha). Enfim esse texto é pra dizer que o ano ta acabando e que eu não tenho uma frase de efeito no despertador. Dizer que bom, pelo menos agora já são 28.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

"Amou daquela vez como se fosse a última". E amou e amou mais um pouco. Por onde for, amor. "Pois sem amor eu nada seria." E olhou naqueles olhos, que lhe pertenciam e lhe tinham mais que tudo mundo. E se perdeu e achou o máximo. quis ficar ali como se não tivesse mais pra onde ir, e não tinha. O mundo virou uma íris castanha que brilhava no sol e tinha uns pingos dourados. Amou e o mundo virou amor. Sorriu-lhe e toda a matéria se desintegrou, todo o cosmo de repente tinha uma razão de ser, orbitou então em torno daquele sorriso e sentiu a vida como nunca antes. Tudo tinha brilho, tudo tinha cor, "foi só botar o amor no caminho, que o caminho virou amor". Sentiu medo, de verdade, pela primeira vez. Medo de perder, de se perder, de não saber mais quem era até aquele momento, quem era a partir daquele momento. Tudo era uma eterna aventura. O coração disparava, a pele arrepiava e era como se um toque pudesse provocar uma explosão. Sentia em si o cheiro que não era seu, mas agora lhe era tão familiar que se sentia pertencente como se nunca antes tivesse se sentido em casa. Pela primeira vez, sentiu a paz. E o aconchego de estar dentro de um abraço apertado e ainda assim não querer sair. Como Alice que cai no buraco, cair no outro para então se sentir um. Descobrir o país das maravilhas, sem a rainha de Copas. Amou daquela vez como se fosse a última e foi. Nunca mais amou de novo. Porque se fundiu no amor e aquele amor eterno e corrosivo, consumiu tudo que era ser. Consumiu a essência e foi amor, amor até o último fio de cabelo, a última partícula subatômica. Amou e não coube em si e não teve fim, amou e foi a última vez que amou tanto assim. Não se foi, não se separou. Passam se os anos e os dias, passam se as pessoas e a vida. Só não passa o amor que teve, que tem. Virou amor de tanto amar. Olha  pro lado, para aqueles olhos que já não enxergam tão bem e vê o amor. Sente a plenitude do momento e vê o fim. Olha para frente e pensa no que será então, o que espera e não sente medo pois o ser se tornou amor. A alma é fluida e leve, espera e confia. Não carrega arrependimentos, tudo que fez, fez por amor. De todo amor que teve se entregou. Foi amor até o último suspiro. É amor. 
É mentira. Tudo que te contarem de mim, é mentira. Se te disserem que eu ando falando sozinha, que cantarolo pelos cantos, mentira. Acredita só naquilo que te digo. Acredita quando digo. Quando olhar pra mim, olha pra mim. Olha pra tudo aquilo que quero te dizer e não te digo, olha bem nos meus olhos e entende que sou assim meio tempestuosa. Que meu olho parece preto, mas é castanho escuro, bem escuro. Que quando no sol, meus olhos se fecham e ficam pequenininhos, que eu não enxergo muito bem de longe. Ouve o meu suspirar quando você passa por mim, ouve os resmungos quando você não me dá atenção. Me ouve, mesmo quando eu tiver falando um monte de coisa sem sentindo. Sobre sentido, me sente. Com a tua pele, tuas mãos, tua boca. Com cada átomo teu que eu quero colar aos meus. Permite a ligação, permite que eu sinta o teu coração. Lê as minhas entrelinhas como eu tento ler as tuas, perdoa a bagunça que eu fizer e quando eu for bagunça. Entende que eu sou volátil a temperatura ambiente, que em contato com o ar eu entro em combustão e em contato contigo viro mais que vulcão. Não tenta ser meu dono que eu não quero, nem quero ser tua dona. Sou tua, me entrego, mas não antes de ser minha, só minha. Percebe que eu surto, me afasto, brigo, grito, escandalizo e depois fico chorando no travesseiro. Não faz essa cara, não fica com medo, te digo que é pra sempre e digo com toda a força que tenho. Sê forte porque as vezes sou fraca e não aguento o peso sozinha, mas eu finjo que sim. Te peço muito, mas não exorbitantemente. Me ama com toda a essência daquilo que és, me ama que eu te amo também. Amo muito, amo tanto que te escrevo, te escrevo sempre e todos os dias. Te escrevo na beirada da folha, te escrevo quando falo sozinha, te escrevo. E escrever é amar mais um bocadão. Escrever é querer botar pra fora, e é isso. Te escrevo, de novo. 

domingo, 15 de novembro de 2015

Queria culpa alguém. Alguma coisa. Culpar Áries com ascendente em Câncer. Culpar a sociedade patriarcal e opressora. Culpar meus pais que me mimaram. Culpar minha geração que veio bugada. Culpar. Mas a culpa é minha. Mea culpa, mea maxima culpa. Olho pro horizonte e penso em todas as cosias que e gostaria de estra fazendo, de estar sendo. Lembro que minha psicóloga pediu pra eu escrever um texto no início do ano em que eu dizia quem eu era, até postei aqui, apesar de não ter mostrado a ela. Eu dizia ser uma mistura de tudo aquilo que eu gosto, não gosto, quem eu amo, quem não suporto. Mas me sinto mal,  bem mal. Perdi o propósito do texto, sempre perco. O direito me deixa sem saco pra enrolação, quero mais dogmática decisiva que zetética. Sinto que me afastei da minha melhor amiga e que não tenho ninguém que possa fazer esse papel, me estresso constantemente comas minhas "amigas" daqui. Tenho vontade de chorar e ficar encolhida em posição fetal, tenho raiva e me sinto triste uma parte gigante do tempo. Reclamo pra evitar tudo isso, surto e sou grossa. Devia tentar mudar e ir descobrindo um jeito de ser quem eu sou, descobrir quem eu sou. Começo amanhã, junto com a dieta de toda segunda. Um dia dá certo. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Passo o tempo todo me justificando por não ter tempo de escrever aqui, no meu diário, de entrar no tumblr quando na verdade passo quantidades consideráveis de tempo jogando candy crush e no facebook. Meu maior problema é que minha vida é um tédio. Veja bem, não reclamo....Nossa que mentira, reclamo pra caralho, SEMPRE. Eu to na faculdade fazendo ocurso que eu quero, passei tranquila no primeiro semestre, não to numa cidade ruim, sou uma classe média confortável, tenho pessoas com as quais gosto de conviver, acesso a internet e tals. Mas falta uma movimentação, é uma coisa horrível admitir que tem inveja, que queria ser ou ter um pouquinho da vidas das colegas, é horrível e faz com que eu me sinto mal sempre. Mas eu queria, queria mesmo. Peço a Deus todos os dias que ele me perdoe desses sentimentos e que me dê a calma e a sabedoria de saber que cada um é um. Nem sei porque to escrevendo esse desabafo sem noção aqui, acho que por  razão nenhuma só pra lembrar que eu existo, pra dizer que acabei o semestre, tive férias, voltei, tive feriado, teve ENEM, teve polêmica, teve o FIB antes disso tudo, teve (tem) 36 séries na grade, tem eu sem paciência, tem PL invasiva, tem gente querendo mexer no estatuto do desarmamento, teve dólar a 4,20, teve (tem) 5 milhões na conta do Cunha na Suíça. Teve esse Brasil porra louca que eu não to entendendo mais é nada. Teve apologia a pedofilia com uma menina do Master Chef Jr., teve  Buddy no Brasil, e cansei agora de digitar mas é isso. Teve e tá tendo, to contando os dias pra fazer a retrospectiva kkkkk
PS: MINHA BANDA FAVORITA VOLTOU A FAZER SHOWS, ELES FIZERAM UM SHOW AQUI DO LADO
E
EU
NÃO
FUI

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Sobre um mês atrás e divagações

Continuo conversando com você na minha mente. Depois de tanto tempo juntos virou um hábito te contar qualquer coisa que me aconteça. Mas é estranho como tem umas coisas sobre mim, antigas até, que você nunca soube. Por exemplo que eu sinto vontade de chorar quando ouço a música da abertura de Dragon Ball GT, besteira eu sei, mas você nunca soube. Faz você pensar não é? Por mais tempo que a gente passe com uma pessoa ainda podem haver coisas sobre você que essa pessoa desconheça. É aquele ponto de que ninguém nunca vai saber tudo sobre você, mas ao mesmo tempo entra a ideia de que amar alguém seria não ter mais que se esconder, que manter para si mesmo tantas coisas. Enfim, eu continuo te contando as coisas, de uma maneira diferente de quando a gente conversava. Você se tornou uma espécie de psicólogo que sempre faz as perguntas ideais para que eu possa continuar com a minha história. Você se tornou o ouvinte ideal, e não humano. Uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer. Na tentativa de não enlouquecer decidi escrever. Ter esses diálogos com um leitor imaginário, alguém que eu desconheça e que eu possa inventar tranquilamente. Alguém de quem eu não sinta tanta saudade. O problema é que eu não sei como começar, com você a conversa flui fácil, até o você imaginário. Enfim eu queria te contar  que assisti um filme maravilhoso, Medianeras, um filme argentino que fala sobre solidão e amor e um monte de outras coisas nessas era virtual. Ameio o filme. Você provavelmente não ai gostar, parado demais, meio cult, nada a ver contigo. Mas a música que toca em um momento do filme, True love will find you in the end, me lembrou de uma conversa que tivemos sobre amor em que você falava das suas experiências amororsas e eu dizia o quando eu achava o amor algo raro. E  você deu risada me chamando de romântica incorrígivel. No fim eu sou assim mesmo, tenho um pouco do romantismo do século XVIII,  aquela geração do mal do século. Tenho uma crush nesses românticos tristes e desesperados, nos beat poetrys. Você nunca entendeu muito bem isso. Seu romantismo sempre foi recente, você usava das músicas, das frases prontas, livros nunca foram sua praia.  Não me importava. Não me importo na verdade, gostava de te falar essas coisas, te explicarTrue love will find you in the end, me lembrou de uma conversa que tivemos sobre amor em que você falava das suas experiências amororsas e eu dizia o quando eu achava o amor algo raro. E  você deu risada me chamando de romântica incorrígivel. No fim eu sou assim mesmo, tenho um pouco do romantismo do século XVIII,  aquela geração do mal do século. Tenho uma crush nesses românticos tristes e desesperados, nos beat poetrys. Você nunca entendeu muito bem isso. Seu romantismo sempre foi recente, você usava das músicas, das frases prontas, livros nunca foram sua praia.  Não me importava. Não me importo na verdade, gostava de te falar essas coisas, te explicar.  Mas você ficava me zoando, eu ria e no fundo bem no fundo incomodava. Acho que nunca te disse isso. Tem muitas coisas que eu não te disse na verdade. 
Nunca falei que não gostava muito de algumas músicas que você me mostrava. Sempre fiz a linha que adorava, até eram boas, mas não meu estilo. Prefiro aquele estilo romântico estranho algo entre "i wanna be your vacuum cleaner" e "i'm just a white blood cell fighting like hell for you". É estranho eu sei, apesar de também ser extremamente romântico. A gente era diferente nisso, mas dava certo. Eu adorava ouvir as músicas que você mandava, descobrir do que você gostava. Acho que a recíproca era verdadeira também, dava certo por causa de todas as nossas coisas em comum que compensavam. As vezes me pego pensando em que ponto parou de dar certo e aí lembro de um texto que li uma vez e dizia que não é porque um relacionamento acabou que ele não deu certo e que é extremamente importante não focar só nas coisas ruins. Ser positivo.  Fugi tanto desse assunto fico falando de coisas sobre você quando na verdade queria falar de mim, falar de mim com você que não é exatamente você. Te contar da queda que eu tomei deslizando de meia pela casa. Te contar que fiquei preocupada em não ter tomado a decisão certa em alguns aspectos da minha vida. Te contar que eu senti medo, bastante medo. Te falar da série que eu assisti. 
Por exemplo, eu li um livro muito legal que falava sobre o poder das palavras e tinha vários plottwist, foi sensacional. Eu queria fazer compras sabe, queria comprar uns livros que to enrolando desde o inicio do ano. Queria um coturno e umas blusas novas. Queria a coragem de fazer uma dieta, de voltar pra academia. Fiz tantos planos cara, queria colocar todos eles em prática. Eu queria também ter criatividade e inspiração pra desenvolver metade das ideias que eu tenho, queria escrever melhor e colocá-las no papel. Queria não cansar na página dois. Você vê, eu quero tantas coisas. Sofro de urgências, de querismo. 
As vezes (nunca sei se" as vezes" leva crase) lembro do antigo sonho de ser escritora e penso que poderia num futuro talvez lançar alguma das coisas que escrevo, de maneira independente talvez. Acho que no fundo queria que alguém lesse e se identificasse ou como diz Caio "queria que alguém gostasse de mim por algo que eu escrevi". Mas aí eu penso que teria que escrever algo melhor de tudo que já fiz e não sei se seria capaz, porque na verdade eu não sou tão boa escritora assim, acho que fico muito mais próxima do ruim talvez o regular. Queria escrever um livro tenho tantas ideias legais, não consigo escrever mesmo nenhuma. Crônicas?  Poemas? Nada, acho talvez eu queira demais e queira tanto que na verdade não consigo. É irônico de uma maneira macabra. 
Tenho uma dificuldade imensa em me concentrar. Escrevo enquanto assisto uma série. Pinto a unha assistindo filme. Viajo quase sempre em linhas desconexas quando tento prestar atenção em sociais. É difícil, tentei estudar e quando vi estava pensando em qual status poderia colocar. Sem sentido, eu sei. Tão distraída que perdi a ideia desse parágrafo, não lembro o que queria escrever ou o que pretendia dizer. Não lembro mesmo. Acho que perdi o próximo best-seller desse jeito. Agora mesmo estou escrevendo e ficando confusa porque tá tocando uma música que eu gosto bastante e adoro as frases quotáveis dela: "you can say my life is a mess, but i still look pretty in this dress"... Reticências porque não faço a mínima ideia de como continuar.
Você sempre me disse que era tímido e eu achava isso o máximo, tornava a gente tão igual sabe. Quando você se afasta, vê as coisas com clareza e foi ai que eu percebi que na verdade você não era tão tímido assim. Era até bem popular na verdade, nunca chegou perto de entender o meu nível de timidez (sejamos sinceros, meu nível é algo quase surreal), isso faz você pensar. Tudo, na verdade, me faz pensar. Fiz um teste e o resultado falava que eu faço parte de um grupo que corresponde a 1% da população, isso é engraçado faz com que você se sinta rara e exclusiva, mas é triste. Apenas uma parcela minúscula de todas as pessoas do planeta conseguiriam me entender, e eu sei que isso é botar fé demais num teste e que talvez ninguém vá conseguir me entender, mas é difícil imaginar que eu sempre vou me sentir assim: partilhada. Uma parte dos meus amigos entendem uma parte de mim e assim por diante. As vezes nem sei quem eu sou por inteiro e as vezes sempre isso me deprime e faz questionar minha sanidade. As vezes nunca sei em que ponto acaba a frase.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Suíte em quatro movimentos: Um livro escrito por um mulher

Esse foi um dos mais difíceis. Quando comecei a ler, aconteceram umas milhares de coisas na minha vida. Carnaval, mudar de cidade, começar as aulas na faculdade e no fim eu só pude voltar a me dedicar a ele dois meses depois. Mesmo com tudo isso a história não perdeu seu brilho. É um livro excelente, que te confunde e consegue ser denso da mesma maneira em que é leve. Trago aqui o resumo feito por um site pra acrescentar algo a mais.
Suíte em Quatro Movimentos
Após um prólogo que relata a conversa entre um homem e um menino que lhe ensina como fazer um avião de papel, o leitor se depara com o primeiro movimento, começando da forma mais banal de transformar o absurdo em algo comum: “Lá estava um homem que, entre o prato principal e a sobremesa de um jantar, subiu as escadas e se trancou num dos quartos da casa das pessoas que estavam dando o jantar”. Logo depois, acompanha-se a história de Anna Hardie, uma escocesa que na adolescência conheceu o tal homem que se trancou no quarto. Ela é chamada pela dona da casa para tentar falar com Miles (este é o nome do homem), tentando de alguma forma colaborar para que ele saia. Anna ainda conhecerá uma menina chamada Brooke, filha de um casal que trabalha na universidade e que estava presente no jantar em que Miles se meteu no quarto, com quem a escocesa travará alguns diálogos interessantes.
segundo movimento segue a vida de Mark, um homem já velho que perdeu a mãe há quarenta e sete anos. Mais do que isso, foi ele quem convidou Miles para ir ao jantar. Ao se conhecerem, uma semana antes, após uma troca de comentários sobre a peça O conto de inverno, além de uma conversa um tanto estranha sobre a importância do “mas”, Mark acabou convidando Miles para ir ao “evento”. O tal jantar funciona como uma “celebração anual”, em que a Sra. Lee convida pessoas alternativas, que nunca convidaria numa situação comum. Uma forma de quebrar a rotina.
Um dos mais impressionantes, o terceiro movimento acompanha o pensamento e as lembranças nada lineares de May Young. Internada numa espécie de asilo/casa de saúde, a mulher desperta e começa a estranhar aquelas mãos velhas e enrugadas à sua frente, as quais depois constatará ser suas próprias mãos. Também faz uma série de questionamentos sobre a menina que está sentada como acompanhante, não consegue se lembrar quem é ela. Através do fluxo de consciência, o leitor acompanha os pensamentos e lembranças de May. E a forma como este movimento se conecta às demais histórias é um dos pontos mais tocantes do livro. Todos os anos, Miles a visitava no dia do seu aniversário. Neste ano, como está trancado no quarto da Sra. Lee, enviou um pedido para as pessoas que se acampam em frente à casa – esperando por Miles como se ele fosse um profeta – para que localizassem May Young e lhe fizessem companhia.
quarto movimento é o último ato de uma peça que prende a atenção, pois além de ser um livro sobre Miles, o homem que se tranca no quarto da casa de um estranho, é também sobre a menina Brooke – que não aparece apenas no terceiro movimento. Neste quarto, o leitor segue Brooke em sua trajetória de observar a casa da Sra. Lee, tendo sido uma das que estava também no jantar em que tudo aconteceu. Filha de dois professores, a menina surpreende com sua criatividade. Mas a forma com que a escritora usa a personagem é a de registrar o mundo a partir deste olhar agudo, porém infantil, passando por temas como a história da Inglaterra, o caso de Miles e até uma discussão entre os pais. 

Put some farofa: Um livro escrito por alguém com menos de 30 anos

Dont repair the mess. The house is yours. I make question. Pardon anything. Go with god. Come back always.” Publicada em Julho de 2014, a crônica que dá título a este volume, que cria uma conversa imaginária de um brasileiro com um gringo visitando o Brasil durante a copa, rapidamente se tornou um viral de internet, até ser comentada em artigo do Washington Post. Trata-se de uma amostra da verve humorística embebida de zeitgeist, crítica ferina e muito afeto de Gregorio Duvivier, um dos autores mais promissores do Brasil na atualidade. Reunindo o melhor de sua produção ficcional, Put some farofa traz textos publicados na Folha de S.Paulo e esquetes escritos para o canal Porta dos Fundos, além de alguns inéditos. Se Gregorio traz o raro dom da multiplicidade, tendo se destacado no cenário cultural brasileiro ao mesmo tempo como ator, roteirista, comediante, cronista e poeta, também múltiplo é este volume, que transita entre ficções, memórias de infância, ensaios sobre artistas que o influenciaram, artigos panfletários, exercícios de linguagem e outras experimentações. Os textos vão da pauta que está sendo debatida naquele dia no jornal ao completo nonsense; do amor ao ódio, do íntimo ao universal. No conjunto, o que espanta no autor é o frescor, a coragem, a visão transformadora e, sobretudo, a capacidade inesgotável de se renovar a cada semana, contando sempre com a inteligência e a sensibilidade do leitor.

O livro é uma coleção de crônicas de Gregorio, se você acompanha a coluna dele na folha talvez já tenha visto alguma. Eu queria ler esse livro há algum tempo, porque além de gostar dele como humorista no Porta dos Fundos, como ator em Apenas o fim eu também gosto bastante das coisas que ele escreve pra folha. Fazem tanto sentido que chega a ser bizarro.

“O que entendi é que é melhor desistir de entender. O roteirista da vida é preguiçosíssimo. Personagens queridos somem do nada. Personagens chatíssimos duram pra sempre. Tem episódios inteiros de pura encheção de linguiça e, de repente, tudo o que deveria ter acontecido numa temporada inteira acontece num dia só. As coincidências não são críveis – e numerosas demais. A vida é inverossímil.”
-Gregorio Duvivier 
PARDON ANYTHING

Hello, Gringo! Welcome to Brazil. Não repara a bagunça. Don't repair the mess. In Brazil we give two beijinhos. Em São Paulo, just one beijinho. If you are em Minas, it's three beijinhos, pra casar. It's a tradition. If you don't give three kisses, you don't marry in Minas. In the other places of Brazil, you can give how many beijinhos you want. In Rio, the beijinho is in the shoulder.
The house is yours. Fica à vontade. Qualquer coisa é só gritar. Shout. Mas keep calm. Como é que se fala keep calm em inglês? Here the things demoram. It's better to wait seated. Everything is atrasado, it's like subentendido that the person will be atrasada. For a meeting, it's meia hora. For a party, it's two hours. For a stadium, it's one year. For the metrô, it's forever.
Never say you are a gringo. Yes, people love gringo but people also love money and gringos have money so people vai cobrar de você mais money because you are gringo. Say you are from Florianópolis. People de Florianópolis look like gringo and they have a strange sotaque igual like you. People will believe you are from Florianópolis.
Politics is complicated. We don't like Dilma because of corruption but I think she don't rob but people from PT rob and Dilma don't do nothing to stop people robbing but politics is complicated.
Try this moqueca. Put some farofa. Try this açaí. Put some farofa. Try this chicken we call à passarinho because it looks like a little bird. Now put some farofa. Now put some ovo inside the farofa. Mix with some banana. Delicious. You don't have farofa in your country? You know nothing, you innocent.
I'm catholic but I'm also budista and I am son of Oxóssi. How do you say Oxóssi in english? It's the brother of Ogum. You don't know Ogum? They are guerreiros. And my moon is in Áries. Ou seja. Imagine the mess.
Try this xiboquinha. It's cachaça with canela and honey. Try this Jurupinga. It's cachaça with wine. Or maybe it's wine and sugar. Nobody knows. It's delicious. Try this soltinho da Bahia. It's organic. I only smoke when I drink. But the problem is drink a lot. Try this brigadeiro. This is called larica. Now put some farofa. Delicious.
This cup passed really fast. Volte sempre. Come back always! Fica lá em casa. We are family now. You like that? You can keep it. It's your. Faço questão. I make question. Go with god and desculpa qualquer coisa. Pardon anything. 


A livraria 24 horas do Mr. Penumbra: Um livro com número no título


A recessão econômica obriga Clay Jannon, um web-designer desempregado, a aceitar trabalho em uma livraria 24 horas. A livraria do Mr. Penumbra — um homenzinho estranho com cara de gnomo. Tão singular quanto seu proprietário é a livraria onde só um pequeno grupo de clientes aparece. E sempre que aparece é para se enfurnar, junto do proprietário, nos cantos mais obscuros da loja, e apreciar um misterioso conjunto de livros a que Clay Jannon foi proibido de ler. Mas Jannon é curioso…



Esse é um livro divertido, mas que curiosamente eu  não lembro muita coisa, por ter sido um dos primeiros que eu li  esse ano. Então depois da efusão de Lolita ele vai ser bem resumidinho. É sobre o fascínio que a leitura desperta nas pessoas e como isso está presente hoje, com tablets, smartphones, aplicativos e todo tipo de coisa. Ele te dá suspense, personagens divertidos, faz referência a RPG, te faz querer participar de uma missão que envolva livros e acima de tudo faz com que você queira trabalhar na livraria. Não me recordo  agora (memória ta ficando uma bosta), porém lembro que o final não foi o que eu esperava, e teve alguns pontos da história que não me empolgaram. É livro legal e que vale a pena pra quando você quer relaxar. 


MEU HISTÓRICO DE LEITURA 

"'41 segundos para subir uma escada de três andares. Não é fácil imaginar o ano de 3012, mas isso não significa que você não deva tentar. Temos agora novas habilidades, poderes estranhos aos quais ainda estamos nos acostumando. As montanhas são uma mensagem de Aldrag, o Patriarca Wyrm. Sua vida deve ser uma cidade aberta, saiba quais são e deixe claros todos os modos de se entrar nela.' É um livro gostoso de ler que fala sobre a importância dos livros sem desmerecer a tecnologia."

LO-LI-TA: Um romance clássico


 

Então, estamos em julho, e eu esqueci de comentar por aqui que estou desde o início do ano participando daquele desafio dos 52 livros em um ano. Enfim, decidi agora tentar fazer um apanhado aqui dos que eu já li até agora: em que classificação eles entram, um pouquinho da história e o que eu achei. Decidi começar pelo livro do nome mais legal, mais cult. 
Ah, deixai-me uma vez só ser sentimental. Estou tão cansado de ser cínico.
 -Humbert Humbert 
O livro é um clássico do século XX, que conta a história de uma homem que se apaixona por uma menina de doze anos. Chocante pra época, chocante hoje. Mas não se engane você que pensa que é só isso, é comum em alguns momentos ( pelo menos pra mim) se esquecer que a escolhida de todo aquele amor é uma menina, uma criança. Humbert vai contando a você toda a história de quem ele era até o momento em que ele conhece Dolores Haze, uma garotinha de doze anos que desperta nele um amor de certa maneira meio doentio. O decorrer do livro acontece com ele nos contando toda a sua trajetória com ela, tentando se justificar, explicar ao leitor.
É um livro denso e em determinadas partes eu simplesmente me encontrava meio cansada do peso da história, mas isso não faz com ela seja menos sensacional. Fora que o personagem principal, que nos narra a história, não é digno de confiança ou mesmo empatia, o que não impede tais sentimentos.

 MEU HISTÓRICO DE LEITURA
"Não me entendam mal, é um livro ótimo. Ele te prende a história, porém também cansa. A densidade de Humbert Humbert me é cansativa, assim como as descrições de todas as características de ninfeta em Lo-Li-Ta (tem que fazer a separação, encostando no palato três vezes). Fora que eu não consigo tirar da minha mente que ela só tem 12 anos."
 "O tipo de livro que te fascina e te esgota. Você sente asco por Humbert e compaixão por Lolita. Na medida em que também despreza ela e todos os outros envolvidos. Como fala no prefácio, mais que valor literário é um livro que se propõe a tratar do impacto ético no leitor sério: 'os personagens nos advertem contra tendências perigosas, nos apontam males poderosos.'"


"Lolita, luz da minha vida, fogo da minha carne. Minha alma, meu pecado. Lo-li-ta: a ponta da língua toca em três pontos consecutivos do palato, para encostar, ao três, nos dentes. Lo. Li. Ta."

"E então percebi que a coisa desesperadamente dolorosa não era Lolita ausente do meu lado, mas a voz dela ausente de toda aquela harmonia."

Você aprendeu uma nova regra, e ela é simples: não se coloque em situações das quais gostaria de fugir. Mas, quando fugir, fuja de volta para si mesma, como aquele coelho em O coelhinho fujão correu para a mãe, mas você é a mãe, e perceberá isso mais tarde e ficará muito, muito orgulhosa.
    - DUNHAM, Lena 
No fundo da alma, todavia, esperava um acontecimento. Como os marinheiros angustiados, lançava sobre a solidão de sua vida olhos desesperados, procurando ao longe alguma vela branca nas brumas do horizonte. Não sabia qual seria aquele acaso, o vento que o empurraria até ela, para que margens ele a levaria, se seria uma chalupa ou um navio de três conveses, carregado de angústias ou cheio de felicidade até as escotilhas. Mas, cada manhã, ao acordar, esperava-o para aquele mesmo dia...
— GUSTAVE FLAUBERT, Madame Bovary
Tem uma música que eu acho linda e diz assim : "essa não é mais uma carta de amor, são pensamentos tolos traduzidos em palavras". Gosto dela por diversas razões, mas principalmente essa frase, essa ideia de receber uma carta com os pensamentos confusos de alguém que podem de maneira ou outra ser traduzidos em amor. Esse ideal romântico, que possui um quê de estúpido, em achar o máximo receber uma carta. Alguém se declarar pra você então, já pensou? Pensar, eu, particularmente, até pensei bastante. A real é sempre bem diferente. Também nunca tive coragem de mandar carta pra ninguém, escrevi várias e guardei num arquivo do word quando não na gaveta debaixo de uma pilha de roupas. Aí eu me pergunto o que quer dizer  tudo isso aqui e percebo que venho me perguntando isso em tudo que escrevo. Parece que me perco na metade da ideia. Sem continuidade. Mas voltando as cartas, esses dias meu celular apagou todas as conversas do whats, por razões que não cabem a nossa vã filosofia, e eu perdi um monte de conversas antigas. Arquivadas todas porque doía um pouquinho ver os nomes ali, mas como gosto de sofrer ficava relendo sempre que sentia saudade. Perdi tudo. Queria ter umas cartas, pra fazer algo tão dramático quanto jogá-las a fogo numa tentativa de esquecer, queria ter umas cartas porque eu poderia guardá-las num lugar bem escondidinho e protegê-las e curtir a bad tranquilamente lendo. No fim, nada disso tem sentido, nem mesmo a obsolência programada dos eletrônicos. No fim é o fim. 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Top 10: Casais da ficção

1- Monica e Chandler


Melhor casal de todos os tempos. Separados os dois são uns amores, ai depois de quatro anos sendo amigos, bffs, eles cometem o "erro" de dormirem juntos e a partir de então bem desenvolvem um dos melhores relacionamentos das séries que eu conheço. 
2- Marshall e Lily
Marshall e Lily estão juntos desde a faculdade e são únicos um na vida do outro. Antes de mais nada eles são amigos e parceiros e possuem divas interiores. Mesmo brigando, se distanciando e querendo descobrir novos horizontes eles nunca deixaram de se amar. Marshmallow e Lilypad <3

3-Jace e Clary
Tive que me esforçar pra lembrar meus casais icônicos dos livros e acabei apelando pros favoritos do skoob. Eu amo a história de Instrumentos Mortais, e Clace é amor demais. Desde o começo meio óbvio até todas aquelas histórias loucaças com Valentim e aquela "despedida" no  terceiro livro de cortar corações. 

4-Cher e Josh 
Eu tive diversos problemas para lembrar dos meus casais preferidos e apesar de saber que terminando a lista vou lembrar demais uns vinte, queria colocar esse casal, desse filme maravilhoso que eu estava re-assistindo esses dias.
5- Morticia e Gomez
Casal gótico, exemplo que incentiva na busca por um amor dark. Porque minha vida vem sendo assistir filmes antigos pela 5º vez e olhe lá. 
6- Robin Hood e Regina Mills


Minha personagem preferida que passa a série inteira sofrendo, encontra seu true love e ele é engraçado e juntos eles tem uma química sensacional. Outlaw Queen é amor demais. 
7- Eleanor e Park
São maravilhosos juntos e esse livro é amor apenas. Sem mais. 
8- Peggy Carter e Steve Rogers
Não é segredo pra ninguém que eu sou apaixonada no Capitão América e apesar de não ser bem um relacionamento, ele e Peggy são um amor juntos. Fora que o amor deles dois é tão <3

9- Sheldon Cooper e Amy Farrah Fowler

Os bebês. Preciso nem me explicar. Shamy <3
10- Daria e Trent
Daria super cética, super cínica super pessimista desenvolve uma crush no irmão mais velho descolado da melhor amiga. As reações dela são muito fofas principalmente você sabendo o quão sarcástica ela é. 
EXTRA: Amy e Nick porque ai é amor demais minha gente

sábado, 20 de junho de 2015

Eu nunca soube o que te dizer.  Você é tão articulada, quando fala não pede atenção. Eu gaguejo, embolo, falo várias gírias que não combinam comigo e no fim não digo nada. Você é ótima em tudo, sempre sabe o que quer e como fazer pra conseguir. Não acorda com dúvidas e decide passar o dia na cama, você levanta faz o café e ainda é educada com todo mundo. Sempre tão cheia de si, que quase não sobrou espaço pra mim. Você é como um sol, autossuficiente e necessário para todos ao redor, articula toda uma galáxia ao redor de si. Eu sou só um ser humano, um Ícaro que resolveu voar perto demais do sol. E as minhas asas  também são de cera, elas derreteram com o passar do tempo e eu caí.  Quanto maior altura, maior o tombo. A pior sensação da queda livre é não saber  o que te espera no final, é não saber se você sobrevive. Me fiz em mil pedaços pra você juntar, pois queria sempre achar explicação pro que eu sentia. Como um anjo caído, fiz questão de esquecer que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Você  é um sol. Tão  belo e ao mesmo tempo tão destruidor. O fim do mundo sempre começa com explosões solares, o meu fim do mundo começou com o seu desprezo. A sua eterna falta de tempo, de atenção. Quando a única coisa que eu queria era que você sentisse a minha falta. Você era meu sol, meu um metro e setenta e dois de sol. Continuo não fazendo sentido, se você lesse isso era capaz de reclamar das citações, reclamar das margens. Ignorando a mensagem, o conteúdo, ignorando como sempre faz. Triste ser que ilumina tudo e não consegue ver. Quando você derreteu as minhas asas, eu tive medo da queda e o dia ficou entre nuvens. Foi ai que eu passei a enxergar, a ver a beleza de um dia nublado. Entendi finalmente que você precisava de um planeta e eu só sei ser humano. 

I see you in the cornerstone

A moça na esquina, de costas, com um casaco  preto e o cabelo num coque. Ela tremia de frio e parecia esperar alguém. De longe parecia tanto com você. Assim como a outra moça de vestido, sentada mordendo um lápis numa lanchonete. E a risada de uma mulher que passou por mim na rua. Senti tanto ciúme quando uma moça saiu num encontro usando o seu perfume.  É como se em cada canto que eu fosse, cada esquina dobrada eu estivesse procurando por você numa maneira de estranha de perguntar “em qual rua minha vida vai encostar na tua”. Mas parece que você vem tomando atalhos, some em cada beco numa tentativa de desviar ainda mais. Eu pego os caminhos mais longos, gosto de caminhar observando cada pequeno detalhe.  Sentado sozinho nesse banco, numa praça cheia de casais felizes, eu me pergunto onde será que você se esconde, me pergunto em que rua a gente se perdeu. Vejo uma moça com uma blusa igualzinha a sua, aquela com a frase engraçada.  Ah, amarga sina minha de ver em cada canto um pouquinho de ti.


“Tell me where’s your hiding place, I'm worried I'll forget your face.
And I've asked everyone. I'm beginning to think I imagined you all along. (…)                       Please, can I call you her name?”
Sorri. Estranho como as palavras, minhas velhas amigas de sempre, sumiam. Minhas frases parecem cortadas e irregulares e meu monólogo interior, isso aqui pra ser mais exata, não tem sentido algum.
- Ta calada porque?
Como eu explico que se abrir a boca corro o risco de falar algo parecido com: “aaahh owwwn aimeudeus que fofo me abraça”, ou seja ficar ainda mais retardada. Sorrio de novo, consigo sentir minhas bochechas quentes e a garganta apertada, “você sorri desse jeito e eu que já perdi a hora e o lugar...”.
-Fiquei sem saber o que te dizer.
Ai você chega mais perto de mim e eu lembro daquela música pop que fala sobre sentir o corpo pulsar como um martelo, o que não tem sentido nenhum se você parar pra pensar. Mas entendo as cantoras, parece que meu sangue quer sair das minhas veias e ir para as tuas, algo meio mórbido e profundo.
-Mas então tu vai sair comigo, moça?
Sair? Eu quero bem mais que isso. Meu Deus, cara, eu já imaginei até a legenda da nossa foto de casalzinho. Exagerada sempre, jogada aos pés de alguém, nunca.
-Vamos sair sim, pra onde já sabe?
-Surpresa.
Amo surpresa. Odeio surpresa. Quero saber de tudo, adoro a sensação de quando algo te surpreende de verdade. Se eu já sou confusa, contigo é como seu eu virasse um buraco negro. Apesar daquela música falar que “tudo está em ordem num buraco negro”. Ordem? Cadê? Onde? Quando?
-Adoro surpresa. Que dia?
-Prática. Eu te aviso pode ser?
Despedidas. Odeio. Não gosto. Não sei o que fazer.  Melhor falar uma piadinha da internet sorrir e seguir em frente tropeçando. Apesar de que você não deixaria eu fazer isso, você merece mais que isso. To pensando demais.
-Pode ser sim.
-Então, eu já vou indo.
-Tá cedo.
- Tenho que estudar ainda.
Acho que você está mentindo. Não vou te falar isso. Mostrar o quanto me importo, o quanto sou paranoica.
-Ah, tá certo. Me avisa então.
Meu coração. Está no pulmão. Não, na boca. Não, no pâncreas, na faringe, na laringe. Em todos os lugares ao mesmo tempo.  Consigo sentir o seu perfume, me afeta como  um soco no estômago. Tudo me afeta.
(...)
Queria descrever, dizer que eu estava pensando, mas não. Me sinto meio surtada até agora. Meio bem, meio louca. “Você me bagunça, tumultua tudo em mim”. Nem acredito que você me beijou, sério mesmo. E ainda sorriu e disse: 
-Te ligo.
Com a maior naturalidade, nem reparou que eu estava meio boba, meio aérea. Nem reparou na bagunça. E eu sorri, e não consegui mais parar. Sorrindo até agora, um maneira fofa de parecer o coringa. Nem sei como acabar esse monólogo, nem sei. Queria saber. To repetitiva vou ficar falando de você até cansar, se é que dá pra cansar de você. Acho que não.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

 Falta uma hora pro dia dos namorados. E eu estava lembrando do ano passado,  ALÔ COPA DO MUNDO!! É um pouco triste que a minha lembrança do dia dos namorados seja de que Claudia Leite parecia a galinha pintadinha na abertura, teve playback, JLo com cara de " não sou obrigada", enfim teve copa e mais e um pouco mais de copa porque brasileiro é desses.  Essas semana eu vi vários posts excelentes, irados mesmo desde o tradicional "me alugo para o dia dos namorados", "se ninguém te quis de graça imagina pagando", passando pelos casais felizes que estão comemorando desde o início da semana (não sou obrigada a aturar felicidade alheia, esfrega mais na cara). Teve a galera que atualizou magicamente pra relacionamento sério,  teve os casais formados de última hora, teve uma página do face que desiludiu a galera com mensagens de caras comprometidos dando em cima de outras mocinhas.  Teve muito.  Deu até saudade da copa de tanto mimimi nesse dia dos namorados. Eu não fujo da regra, acho um saco passar o dia dos namorados sozinha. Acho mesmo, tudo fica tão romântico e meloso e as pessoas te olham com uma pena tão grande. Vamos esclarecer, não preciso de ninguém pra me sentir completa, não  mesmo. Mas é que as vezes, principalmente quando chega o são joão, o forró, o frio....voltando, nessa época do ano sempre fica mais difícil não ter alguém pra chamar de "seu". Viajei legal no que eu queria falar e no fim não disse nada. Queria refletir sobre toda essa coisa de dia dos namorados, mas no fim eu só to cansada demais, comi demais. Queria comer mais. Enfim,  tenham um feliz dia dos namorados (pessoas imaginárias que leem isso aqui e provavelmente vão ter um fim de semana mais contente que o meu). Tomara que ano que vem as Olimpíadas aconteçam no dia dos namorados sério. Bem melhor gente.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Existe alguma coisa insana sobre se apaixonar. Essa sensação crescente de frio na barriga, uma mistura de medo e felicidade. Existe alguma coisa de insana, certeza. "Quem diz que está apaixonado quer dizer que está sofrendo por amor, mas, o que é mais incrível é que está gostando de sofrer. Nas historias românticas amar significa sofrer e amar absolutamente significa morrer de amor." Todo amor vem acompanhado da dor, Renato dizia que o amor de verdade não faz doer.  Duvido. As letras dele já contavam sobre esse amor que te maltrata e ainda assim te deixa inteir@. É isso na verdade, os filmes, os livros, as músicas todos te contam sobre essa grande história de um grande amor, seja ele do jeito que for, e que pra ser amor enfrentou todos os obstáculos do caminho. Vi uma série hoje em que a personagem dizia que amor verdadeiro era você se arriscar a tirar a pessoa da cadeia (sim, folks, era uma série policial), e  pensando por um lado isso é verdade. Por quem você arriscaria sua liberdade? No fim nada disso tem sentido algum, e é  mais um dos textos que eu começo a escrever e não  lembro o que quero dizer. Sempre acontece quando se te pensamentos rodeando demais. Todo amor é trágico, e fim.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Eita que o tempo voa e já estamos em maio e em greve. Eita que tanta coisa acontece em tão pouco tempo e eu sou só uma e bem pequena formiguinha. Eu to em casa, em Jequié de novo de volta, me sentindo em janeiro novamente mas com todas as minhas cordinhas que me ligam a Ilhéus. Todo dia eu deito e penso que passei mais um dia de férias e que quando voltar eu vou ter que aprender de novo a ser universitária. Mas, hey eu tenho 17 aninhos agora. Descobri que eu gosto do cômodo de ficar sem fazer nada. Descobri também que eu tenho uma grande tendência a paixões repentinas e uma grande quada por caras que tocam violão. Acho que vou tirar o titulo amanhã, acho que comecei a aceitar mais meu corpo. Hey, não é tão ruim assim. Comecei a amar meu cabelo. E a acreditar, acima de tudo, que eu consigo, já passei por piores. Manda bala, e daí se eu tiver que chorar a noite toda, manhã seguinte tamos ai dando a cara a tapa. E é isso ai.

RELEMBRAR É VIVER - 2011 (2)

Sentiu minha falta,eu ouvi direito?Repete pra eu poder entender.Não,eu não to brincando só quero saber se é verdade mesmo.Porque eu não quero acreditar?Parece mentira demais,você sabe meu número,já te ensinei meu endereço uma vez,me adicionou em quase todas as redes sociais.O que?Falta de me ver?Interessante, antes você fazia de tudo pra não me encontrar por ai.As pessoas mudam?Mas é claro,eu mesma mudei bastante.Você também?Que bom,mudar dar energia né?Aquela esperança de que dessa vez vai ser diferente,as coisas vão dar certo.Geralmente é uma furada,mas o caminho até ela tem lá suas vantagens.Que vantagens?Ah,não sei.Os momentos bons chegam de repente e sem explicação.Tem algo pra me dizer? Engraçado quando me falam isso,sobe um arrepio pela minha espinha,parece até que vou ser presa,mas fala logo por favor.Deixa eu sentar pra recuperar o choque e ver se entendi direito.Ta sentindo minha falta,ta pensando em mim o dia todo,ta querendo ficar mais perto(...)Ta gostando de mim?Agora que eu tava melhor,que tava esquecendo,você chega assim numa noite de segunda sem motivo e sem razão dizendo que gosta de mim.Desculpa,mas não dá.Já chorei de mais por um amor assim, me desvalorizei,entrei em baixa no mercado.Mas foi só sumir pra você ver o quanto eu era importante,sentir minha falta,querer minha companhia.Se eu não te amo mais? Claro,amor não some de uma hora pra outra,pelo menos não pra mim,só que agora eu to vivendo.Como assim?Ah,conhecendo pessoas novas,viajando,lendo,escrevendo,me divertindo,falando bobagem,colocando esperanças,acreditando no futuro.Qual a minha resposta?Resposta do que meu bem?Você sabia antes e não fez nada,não disse nada,não respondeu nada e agora eu que tenho que te falar alguma coisa?Não é bem assim.Ta indo embora?Desistiu de mim tão rápido assim?Ah,não desistiu quer me dar um tempo pra pensar.Já pensei.Vai viver tua vida coração,se alguém se apaixonar não faz ela sofrer,se te fizerem sofrer espera que o tempo castiga.Toma atitude de vez em quando.Vai ser difícil sem mim?Não,você tava vivo antes de me conhecer,tava vivo quando me fez sofrer.Você ta vivo.Vai sair com os amigos e conhecer garotas novas, que eu vou ali terminar de ler aquele romance.E a gente se encontra nessas estradas da vida,sem magoas ok?Sem ressentimento de qualquer tipo,só você,eu e uma boa amizade.A gente se encontra por ai.
PS: PERDOEM A FALTA DE ESPAÇOS EU NÃO CONHECIA ESSA TECLA NA ÉPOCA.

RELEMBRAR É VIVER- 2011

Vem. Chega mais perto de mim, prometo não morder se você não quiser que eu morda. Não se assusta comigo, não faço mal a ninguém além de mim, pode juntar mais a gente. Te assustei?Desculpa, é o nervosismo. To tentando me controlar, mas o seu efeito sobre mim é grande. E essas flores são pra mim? Brigada pela gentileza, ta difícil achar alguém gentil nos dias de hoje.Senta. Quer um café? Pra que toda essa cerimônia moço? Pode se sentir a vontade que eu não me incomodo. A televisão te incomoda? Bom,eu desligo não estava assistindo mesmo. Como eu to? Vivendo. E o meu coração? Ah,ta batendo por uma certa pessoa. E você? Como assim quer sumir por uns tempos? Não pode me deixar aqui,sozinha...O que? E os meus amigos? Não eram de verdade e desapareceram com o tempo.Cortei o cabelo? Faz tempo,tava precisando dar uma mudada no visual,conhecer gente nova,esquecer quem já tava no passado a muito tempo. Tem que ir? Por quê? Te assustei de novo?Calma,eu não ia te morder de verdade. Meu nervosismo por sua causa? Nada demais. Dizem que quando a opinião uma pessoa é importante a gente faz de tudo pra impressionar, talvez seja só isso. Tem que ir?  Tem alguém te esperando é isso? Tudo bem.Eu vou sentir sua falta, falta das nossas conversas, de como você simplesmente parece me entender. Promete não sumir? Vou fingir que acredito.Não é cinismo,só que as pessoas não cumprem promessas. Você cumpre? Ok. Me liga de vez em quando pra eu pode ouvir tua voz, lembra de mim as vezes, lembra de não me esquecer que eu prometo lembrar todo dia. Lembrar de você.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Sooo girl amanhã é meu aniversário e é o primeiro que eu passo longe da minha família e dos meus amigos. Amanhã nem vai ter aula então vou estar em casa all day and all night just feeling bad. Only 17. Não  me sinto bem, me sinto péssima queria pegar o primeiro ônibus e fugir, queria ficar na MINHA cama, na MINHA casa encolhida e marcar de sair com meus amigos e encontrar minhas primas, meus tios e tias. Eu queria ter algo  de familiar.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Quando a noite é fria e você acorda no meio da madrugada querendo calor, calor humano. Quando um casal passa por você na rua e parece que todo o ar se torna mais cor de rosa e cheio de coraçõezinhos. Quando tudo que você sente é falta e as poesias contam segredos codificados, dizem e não são compreendidas. Quando tudo parece querer significar algo mais e nada se vê traduzida em realidade. Quando tudo anda ótimo e tanta coisa boa acontece, mas ainda assim nada. Quando você sente e sente e sente tanto mas ainda assim nada. Quando os lugares e as pessoas parecem cheio de mistérios mas o vazio te puxa como um buraco negro. Quando tudo que você queria era abraçar alguém, era poder contar com alguém. Quando você queria, quer, tudo e ainda assim tem nada. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Satisfações passageiros dessa nave louca. Bom, primeiro perdão porque tem uns dois meses que eu não dou as caras aqui, mas entendam que teve o resultado do sisu, o carnaval e pam mudei de cidade começaram as aulas na faculdade e agora tenho tempo nem de me coçar quiçá criatividade pra escrever aqui.
Anyway era só isso mesmo 3bjs só ousadia e alegria felicidades

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

TAG: Meus livros, ninguém sai

Então eu tava num blog ai tentando participar de uma promoção e encontrei essa tag. No caso eu gostei porque é do meu feitio gostar de coisas assim e porque gente NINGUÉM SAI. Esse vídeo é o tipo de coisa que eu enjoou a cada duas semanas só pra depois morrer de rir de novo e ele me lembra muito os zarros dos meus amigos, anyway bom tá ai oi melhor que eu pude e eu lembrei. *caso acompanhem meu skoob sabem que estou chegando perto dos 300 lidos yay*


1. "Ei coisinha, vá devagar": Sabe aquele livro que você devorou rapidamente? Qual foi ele?

Hahaha é muito comum mesmo eu ler rápido, tipo ler em um livro em dia não me é raro. Porém tem um livro que dos que eu lembro agora foi meio devorado. As Vantagens de ser invisível.  Eu li em janeiro de 2013, tipo comecei no fim da tarde ai umas 2 horas da manhã eu já tinha acabado e tava super em transe com ele.  
2. "Eu vou me segurar aqui": Qual livro te prendeu?

Me canso de repetir que provavelmente teve vários e vou citar os recentes ou o que vier a mente. Nesse caso seria Garota Exemplar, porque que puta livro é aquele. Vou nem falar sobre ele que é pra não estragar nadinha do livro. *caso alguém além de mim leia esse blog*
3. "Se eu cair eu quebro a minha clavícula": Qual obra te desestabilizou emocionalmente?
Falando de livros recentes vou citar dois.

O primeiro é Extraordinário  e acho que nem preciso citar porquês já que é um livro maravilhoso e que usa uma criança de 10 anos pra jogar verdades na sua cara.
O segundo é Inferno, outro puta livro. Gente eu passei quase um mês pensando no aumento da população mundial, tive pesadelos com as visões descritas no livro, e me vi encantada por Dante e sua obra. 
"Abandonai a esperança todo aquele que aqui entrar."
4. "MEU ÓCULOS, ninguém sai!": Qual livro você não empresta ou tem muito ciúmes?



Minhas Crônicas de gelo e fogo. Apesar de não ter o box eu tenho um apego monstruoso nesses livros porque eles são os meus maiores livros e portanto muito fáceis de machucar. Só empresto com contrato de reembolso.  
5º " Juliana, você viu meu óculos?" Qual livro você emprestou e nunca mais viu na vida?

Nenhum, sou extremamente chata com os meus livros.

6. "Juliana tá DES-MAI-ADA!!!": Qual livro te deixou com ressaca literária, sem poder ler outros livros?
PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN!!!!!!!!!!!!! Gente até hoje eu tremo só de falar desse livro. Eu já tive ressaca com vários livros mesmo, mas esse foi um dos mais recentes. Era um livro que eu já queria ler mui muito antes, a história é ótima, a escrita é ótima, tudo maravilhoso. Até o filme é uma boa adaptação. Ezra Miller <3

7. "Shamuchamochamu chama o SAMU!": Que livro te deixou louco pela continuação?
Sangue do Olimpo. Eu cresci com Percy e Annabeth e a mitologia do acampamento. As vésperas da faculdade nada me deixaria mais ansiosa do que ver resolvida toda a treta eterna de Gaia. Seria como concluir uma parte da minha vida. Seria e foi né já que eu li no fim do ano passado depois de quase um ano de espera.
8."Eu errei, viu?": Escreva aqui um pouco sobre aquele livro que você achou se seria uma coisa e é outra!
Só consigo me lembrar de um dos livros que eu li esse ano: Ele está de volta. Eu achava que ia ser algo mais pro humor, bem sarcástico. Porém acabou sendo algo mais político com sarcasmo de coadjuvante na história e o final me deixou confusa em um sentido não tão bom assim. De qualquer forma ainda é um livro bom, porém não como eu esperava.