Durante os meses antes do mundial de 2014, um slogan
se fez presente no dia a dia dos brasileiros: “Imagina na copa?”,
mas agora um mês depois da final no Maracanã fica a questão não mais dos empecilhos
que poderiam surgir durante o evento e sim das soluções que viriam à tona
depois. Em momento algum se foi afirmado que junho acabaria com os problemas do
país e contrariando a expectativa geral os brasileiros não esqueceram suas
reinvindicações. O momento agora é de se colocar na ponta do lápis os benefícios
resultantes.
As manifestações de junho de 2013 causaram surpresa e
orgulho na população, por pela primeira vez em muito tempo, jovens estarem
indos as ruas por condições melhores de vida, não salários, ou protesto de
oposição ao governo – antes disso, movimentos que repudiaram influência
política. Apesar de não terem concedidos todos os seus tópicos, “a revolta dos
20” como se popularizou pela internet, graças à mídia assustou os responsáveis
em âmbito mundial pela realização do mundial no ano seguinte, criando para o Brasil
o clima de país de risco. Em termos de realização, organização, recepção e
energia a copa de 2014, foi a copa das copas segundo a impressa internacional,
que havia muito criticado nos meses anteriores.
As obras superfaturadas causaram descontentamento, mas
podem agora trazer um benefício mesmo que pequeno. Diversos projetos de
infraestrutura foram colocados em prática, ruas, metrôs, aeroportos,
organização de trânsito nas grandes cidades; a quantidade de dinheiro colocada
em circulação na economia brasileira, além da movimentação do comércio, do
turismo incluindo o crescimento significante no setor de hotelaria; e mesmo os
estádios que servem de herança para o futebol brasileiro. O Brasil construiu
uma nova imagem lá fora, como país solidário e acima de tudo organizado,
vencemos uma parte da imagem de bagunça atribuída a população.
Apesar dos bens palpáveis terem sido poucos, a maior
aquisição do Brasil nesse pós- copa, foi a capacidade de se unir e de conseguir
fiscalizar seus próprios governantes. Seria talvez essa conscientização que
ocorreu devidos aos gastos absurdos com evento, um começo para sairmos da
política do pão e circo. A maior prova de que o brasileiro sai dessa alienação
coletiva é a pouca influência dos resultados do futebol nas eleições em
outubro. E que continue assim, parafraseando a marchinha, vamos pra frente
Brasil.
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